Na raridade dos últimos meses,
aquela festa prometia resumir o que era dos meus últimos dias. Eu tinha
decidido que ia quebrar mais um coração, que faria a pessoa se arrepender de me
provocar e de tudo mais. Aquela festa foi a primeira depois de três semanas em
casa. Aquela festa é a que eu espero por todos os anos, porque ela faz parte da
minha rotina.
Aquele dia, aquela semana, aquela
festa seria diferente. Escolhi a melhor amiga pra fazer história, porque
naquela festa, além de um coração partido – que não era o meu, seria um dia de
porre depois de muitos anos.
Eu encontrei quem não tinha que
encontrar, a bebida estava ruim, fiz o que não tinha que fazer. E a história
engraçada de bebida, foi pra minha amiga. Não era meu dia de bebedeira. Mas
então, eu encontrei o seu olhar na multidão. E PQP, aquela pessoa a distância
de mim, eu já tinha encontrado um dia antes.
No dia anterior, eu tinha visto
você. No bar. Sentado na minha frente e eu nem podia olhar pra ele, e olha, eu
prefiro esconder os motivos. Demorei uns vinte minutos numa tentativa já falha
de troca de olhares, vou falar pra
vocês: Eu nunca fui boa nisso.
Depois de eternos minutos, e
muitas olhadas. E minha amiga falando coisas que ela nem sabe que eu esqueci,
ele chegou. Todo dono de si, todo perguntando se eu estava olhando pra ele.
Claro que eu não ia me render. Falei que ele só estava no meu caminho, e só.
A gente conversou, e vocês
imaginam. Mais um numa festa. Pediu meu número, e depois de tantas festas e
bebedeiras que eu nunca gostei de pegar o celular e ser lembrada, eu resolvi me
render. Aliás, eu já tinha o visto antes, talvez a coincidência que eu
precisava pra acreditar.
Falei meu nome, e ele deu um
sorriso e disse que me conhecia de algum lugar: Não podia acredita, de onde
diabos ele me conhecia? Um programa tinha combinado a gente três dias antes,
puta que pariu, era essa merda de destino que todos falavam. Era pra ser.
Não estava bêbada, mas levemente
alterada pra descartar a possibilidade nos minutos que eu virei as costas e fui
embora dar risada. Tinha sido mais uma coincidência do destino que eu deixava
de lado, ele nem ia ligar no dia seguinte.
Ele mandou mensagem. E eu sorri. E aí, que toda a confusão começa. Foi uma semana de conversa, de: quando ele
vai me chamar pra sair? Foi uma semana deixando as coisas rolarem. Uma semana
já tinha passado e tudo bem, está muito cedo pra gente se esbarrar.
Uma, duas, três semanas. Ele chamou
minha mãe de sogra e meu desespero começou a aparecer, ele era igual a mim. Zoava
com tudo, e era extremamente impossível ficar brava com ele, porque ele tinha a
capacidade de me chamar pelo apelido favorito.
Foi a minha espera, a minha
esperança. De repente, ele virou o motivo das minhas conversas, dos meus
desesperos, da minha insônia, do meu sorriso ao acordar e tirando as
sextas-feiras e praticamente o final de semana que ele sumia, o meu sorriso
antes de dormir.
Você virou a minha espera, e eu não
era e não sou parte dos seus planos. Você vai e volta, e eu nem sei mais se
devo te responder quando você volta. Porque eu não sei quando e se virá uma
mensagem sua. Ou se você só vai aparecer no dia seguinte.
Já achei que você tivesse ido embora umas
duzentas vezes e, que ali, teria terminado. E eu virei um jogo pra você, o jogo
que eu venho jogando todos esses anos. Mas que maldito jogo que eu adorava
jogar, que eu adorava fazer a escolha e deixar o ego levar. Maldito jogo que
você sabe jogar tão bem quanto eu.
Maldita festa junina, maldito destino que fez você
cruzar o meu. E maldita hora que eu decidi por você dentro da minha vida. Ou bendita hora, que eu decidi tentar ganhar esse jogo de você. Mas pelo
amor de Deus, encerra logo esse jogo. A gente já saiu até da prorrogação, e eu
deixo você ganhar todos os pênaltis. Porque
eu sei, que esse jogo, eu perdi. Pro melhor jogador de todos. Boa vitória.
Nenhum comentário:
Postar um comentário