Romantismo a parte - Consciência.

Vem cá, menina, senta aqui. Vamos conversar. Já faz tempo que a gente precisa ter essa conversinha. Você anda tentando achar um ombro que diga pra você que tudo vai dar certo e que ele foi só mais um, né? E você, lá no fundo de todo o desapego que você viveu sabe que isso não vai dar certo.

Você sabia que não iria ser pra sempre, não sabia? Sabia também que ou você iria embora, ou ele iria. Sim, você sabia. Sabia que não haveria desculpas. Não haveria um adeus. Se você fosse embora, você também não iria dar satisfação. E vice-versa. E foi isso que te aconteceu, não foi?

Tá doendo aí, né. Pois é, fazia tanto tempo que você fingia que não sentia nada. Que simplesmente juntou com todas as outras partidas e se transformou nisso. Acredite em mim, quando eu te digo que já doeu muito mais. Que você faz fez isso tantas outras vezes.


Você vai achar outros pronomes possessivos. Você vai fingir que esqueceu o nome dele, você vai tentar se jogar por todos os cantos tentando achar alguma explicação. Mas não existe explicação. As coisas chegam ao fim, e você sabe, você tinha certeza que isso acabaria. Mais cedo ou mais tarde. Foi até onde tinha que dar. Foi o que tinha que ter sido.

Não adianta fingir que nada aconteceu. Mas também, não adianta ficar remoendo e dizendo que quer voltar ao passado, dizendo que gostaria de viver tudo outra vez e fazer diferente e aquele blá blá todo. Ou até mesmo, fingindo que não queria ter vivido. Para! Você não é assim, e você sabe disso. Você se joga de cabeça, e o que tiver que ser. Foi. Simples assim.

Sem rodeios. A onda veio e te levou. Você capotou. Tá salgado ainda, mas já tá passando. Ta doendo menos que ontem, e amanhã, bom amanhã é outro dia. Eu só queria te lembrar, que já passou. Que você já quebrou a cara outras vezes. Que você também já foi embora sem dar satisfação. Que você já foi. Você tava acostumada a fazer isso.

Mas você também viu, muitas pessoas irem embora. E doeu, não doeu? E agora, como você está? Viva, né? Portanto, se você sabia de todas essas coisas. Insiste. Mas insiste no que eu to te dizendo, insiste em achar outro penhasco, outros corpos, outras danças. E daí, você se joga de novo.


Com carinho, sua consciência                                        




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