Auto biografia
Cara, eu lembro como se fosse ontem.
Eu tinha uns 13 ou 14 anos, era sempre tão difícil comprar uma calça jeans que ficasse boa em mim, "alta" e "lisa", como eu não cresci mais, hoje sou "pequena" e "lisa". Eu tinha vááááários brincos de argola, era apaixonada por eles, dos pequenos aos enormes, era sempre argola na orelha, e hoje o meu preferido é aquele brinco de bolinha imitando uma pérola.
Durante um ano, eu gastei mais da metade das minhas economias com centenas de pulseiras, de todas as cores, de todos os jeitos, enchia o braço delas sem a mínima noção, os anos se passaram, todas arrebentaram (juro que não foi de propósito), e hoje sou viciada em colares que tenham algum significado. Todos os dias eu prendia uma parte do meu cabelo fazendo um coque, hoje eu tento fazer esse penteado e nunca dá certo.
Eu só escutava umas músicas clichês e tristes, hoje em dia tudo depende do que a música me fala. Sonhava em ser cantora e tocar violão, mas agora eu tenho vergonha de cantar e nunca aprendi a tocar violão. Antes eu passava todos os anos novos com a minha família, nos últimos 3 anos, sempre surgia algum problema para não viajar.
Antes eu me apaixonava por quem sorria de volta, hoje eu nem me lembro como é sentir o frio na barriga de estar apaixonada. Uns quatro anos atrás, eu só queria me sentir amada, hoje eu vivo tentando espalhar amor para os outros. Antes eu escrevia em diários, tenho cadernos e agendas todas escritas, e hoje só escrevo no bloco de notas do computador.
Eu tinha horror a falar palavrão, e alguns dias eu nem me reconheço de tantas palavras feias que eu solto. Sofria tanto vendo pessoas indo e vindo, e hoje eu agradeço pela companhia seja quanto ela durar. Adorava tirar foto de tudo, por nome nas minhas coisas, hoje eu só tenho papel sem nome. Eu ficava semanas falando as mesmas palavras, hoje em dia eu costumo falar as palavras que os meus amigos mais falam.
Nostálgico? Saudade? Sonhos? Voltar? Sim. A vida nunca foi um mar de rosas, mas foi entre as ondas desse mar turbulento que aconteceram as coisas mais maravilhosas. Lembrar é o meu jeito de me consolar, e de me convencer que nenhum sofrimento dura para sempre, e claro, não importa quantas voltas sua vida dê, o que você é, a sua verdadeira essência, nunca mudará.
Não deixe que os sabores amargos que você ainda vai provar, tire o doce e a delicia de ser quem você sempre foi.
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