Tempestade - em mim

jeffrybirdmansworld | via Tumblr

Eu não sei que dia é hoje, e muito menos que horas são. Única coisa que sei é que chove lá fora, há raios e trovões, e o céu provavelmente esteja escuro como naqueles dias que você sai de casa sem guarda chuva e é surpreendido no meio do caminho. Ou como aqueles dias que tudo parece tão perdido que você para um pouco para observar a chuva e não se importa se pode em se molhar ou não.

Está quente o bastante para que a minha cama pareça aconchegante mesmo sem aquelas cobertas enormes e fofas, mas frio o bastante para que a solidão me incomode, então me encolho e me faço companhia. Nada do que está passando na TV parece ser bom o bastante para que eu possa pensar em outra coisa, nem o meu celular parece ser a saída para que eu me distraia. Dormir não parece uma boa ideia, afinal, só adia e prolonga essa sensação.

Então fico inquieta, apenas escutando cada gota caindo, com os olhos fechados e torcendo para que isso acabe. Falar parece não ajudar, e afinal, com quem falar? Nunca gostei de incomodar as pessoas com coisas que as vezes só existem em mim, e mesmo que elas encontrem a solução, nem sempre somos corajosos o suficiente para resolver - na verdade, parece que é impossível resolver.

Talvez o problema seja esse, estou perdida em mim e tão pouco sei que rumo tomar. Estou embriagada de medos, dor, confusões, problemas, e me perguntando se vou sobreviver depois que a ressaca chegar. Em meio a milhões de pensamentos, a chuva continua, consigo ouvir quando ela aumenta espirrando nos vidros da janela, consigo ouvir os carros passando e espirrando água violentamente.

É verão, logo essa tempestade lá fora passa, isso, lá fora ela passa, mas e aqui dentro? Até quando eu vou ter que aguentar firme para não naufragar? Quase sempre, mentira, sempre, sempre somos pegos desprevenidos pela dor, pelos problemas que parecem se multiplicar como uma facilidade duvidosa. E então, você sente falta de quando tinha apenas uma ou duas preocupações, e alguns problemas do passado se tornam pequenos, e eu reclamava deles. Descobri que reclamar não adianta, só envelhece.

A chuva em mim continua, e tenho que estar preparada porque ela pode permanecer mesmo que a estação mude. O que fazer? Ainda não sei, mas aprendi com alguém extremamente sábio, e ele, mesmo que as coisas estivessem extremamente difíceis para ele, me olhava com um sorriso manso e dizia: "Tenha fé, filha."

Então, está decidido, é isso, a resposta é essa, tenho fé. Vai passar.

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