Minha eterna solidão

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São 08h00 da manhã, e eu me sinto como se tivesse 8 anos de idade sendo obrigada a ir para escola pela minha mãe, que ao me deixar na porta, não imaginava que me deixava no pior lugar do mundo. Aprendi desde muito nova, que não devo confiar em todo mundo logo de cara, confiança é algo conquistado, mas que infelizmente não significa muito hoje em dia.

Já se foi o tempo que confiar em alguém era algo valioso, hoje em dia, basta a pessoa ser engraçada, te tirar algumas risadas, e pronto, são amigos de infância. Mas não é assim que funciona, você só sabe o quanto a confiança é importante quando precisa confiar em alguém, e claro, quando alguém te decepciona.

Quando eu tinha 8 anos, eu já sabia com quem podia contar, dividir meus segredos e brinquedos, porque nessa idade, só realmente ficavam do meu lado, as pessoas que estavam dispostas a ir contra o mundo, porque se você escolhesse ser meu amigo, renunciaria ser amigo do resto da sala. Isso aconteceu novamente quando eu tinha 11 anos, mas dessa vez ninguém escolheu ficar.

Foi então, que eu comecei a aprender que em muitos momentos da vida (certo, quase todos) eu seria minha própria companhia. Alguns anos atrás eu me torturava e era cruel comigo mesmo, me convencia de que eu não era uma pessoa agradável, que realmente não era alguém que merecia ter amigos por perto, com o passar do tempo, percebi que muitas vezes coloco a felicidade das pessoas que amo acima das minhas, mas se isso não é o bastante para mante-las perto, nada mais será.

Passo noites longas pensando no que devo mudar, o que poderia fazer para ser uma amiga melhor, uma pessoa interessante, o que posso fazer para as pessoas ficarem, mesmo que o resto do mundo inteiro esteja contra mim, e depois de quase 20 anos, a resposta é: nada. Não posso fazer nada.

Tenho inúmeros defeitos e manias, mas não posso ficar a vida toda tentando agradar as pessoas para que elas permaneçam, se não for isso que elas querem, uma hora ou outra (provavelmente quando eu mais precisar) elas irão partir. Vai doer, vai arder, vai me despedaçar, mas já passei por isso antes, sei que posso me recompor.

Então, só peço uma coisa, para você amigo-quase amigo-pessoa que me odeia-colega-ou que só está passando por aqui e nem me conhece. Se for para me desapontar, me decepcione logo, não pense duas vezes em sair da minha vida e me deixar sozinha. Não me encha de palavras amigas e não desperdice o seu tempo se não se importa realmente comigo. Vou ficar bem, foi no escuro quando eu tinha 8 anos, que aprendi que eu devo ser minha melhor companhia e que afinal, se vim à este mundo sozinha, sairei dele do mesmo jeito.


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